Jornal Record 20 Agosto 2021
O futebol português vive, porventura, uma das suas maiores agitações desde a sua fundação. Reportamo-nos, naturalmente, ao início dos campeonatos profissionais (Liga 1 e Liga 2), à estreia dum novo campeonato nacional (Liga 3) – “apenas” o mais importante dos campeonatos organizados pela FPF –, ao apuramento dos nossos clubes para as competições europeias, ao regresso do público aos estádios - ainda que com limitações – e, por último, mas não menos importante, ao cartão do adepto. Omiti propositadamente o apuramento e desempenho das nossas seleções, que duplicaram em relação a tempos idos e têm prestigiado o nosso País.
Importa-nos evidenciar os campeonatos dos mais jovens, onde familiares, clubes, associações distritais e regionais, federação respetiva, IPDJ, Secretaria de Estado do Desporto e Juventude e Governo, duma forma geral, têm que compensar estes últimos tempos em que nenhuma destas organizações conseguiu reter os atletas por forma a reiniciarem a sua atividade desportiva por forma a potenciarem as suas aptidões físicas, técnicas e táticas, bem como o seu bem-estar psicológico.
A juventude é um talento, mas é um talento frágil. Neste período, precisamos de investir tempo (em termos de treino, nas suas variadas componentes), como de investimento financeiro. Se negligenciarmos este talento, ele pode perder-se e desaparecer, o que significa que temos de tratar os jovens com redobrado cuidado! É isso que esperamos nos tempos próximos, uma vez que estamos a reiniciar as respetivas atividades. Se pretendemos, no futuro, ter um desporto de melhor qualidade, teremos que ter atletas qualificados para o praticar. Mas, para formar atletas de qualidade teremos que investir primeiro na formação dos treinadores. O treino desportivo sofreu mudanças significativas nos últimos anos, não só no âmbito competitivo, como também no âmbito educativo e isso deve refletir-se quando se trabalha com crianças e jovens.
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