Jornal Record 10 Dezembro 2021
IMPREVISILIDADE. Bem sabemos que grande parte das maleitas de que padece o futebol profissional, em Portugal, reside na demonstrada ineptidão dos clubes para se autorregularem, como, aliás, foi recentemente evidenciado pelo presidente do conselho de administração duma SAD, em declarações públicas, quando se referiu aos regulamentos da Liga como “regulamentozinhos”!
Todavia, mesmo com esse handicap, em sede de justiça desportiva, não seria expectável, pelo menos para nós, o crescente número de decisões condenatórias emitidas pelo Conselho de Disciplina da FPF, relativas aos mais variados incumprimentos, pelos clubes, dos regulamentos que os próprios elaboram e aprovam, e que, posteriormente, são revogadas pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
A justiça, mesmo a desportiva, pretende-se razoável, certa e imparcial, para que se potencie uma maior previsibilidade, segurança e justiça nas decisões, e o que temos verificado, frequentemente, é a um TAD a revogar, mais do que seria desejável, as decisões do CD da FPF.
A questão que se impõe colocar é a de saber que futebol queremos. Provavelmente estará o TAD a beneficiar o infrator, que é como quem diz, os clubes, na medida em que, sendo estes quem elabora e aprova os seus próprios regulamentos, em sede própria, deveriam ser obrigados a cumpri-los e, em caso de incumprimento, sancionados, como têm vindo a ser pelo CD da FPF.
Ao Dr. José Manuel Constantino, distinto Presidente do Comité Olímpico de Portugal, homem dedicado ao desporto e que ao mesmo tem emprestado a sua competência e muitos anos da sua vida, com os benefícios que se conhece, permitam-me que aproveite esta oportunidade, através deste pequeno apontamento, e lhe dirija umas palavras de alento e votos duma ótima recuperação, para continuarmos a contar com a sua experiência e dedicação em prol do desporto nacional. Sabe, quase sempre, tornar o importante em interessante.
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