Jornal Record 22 Abril 2022
Já havíamos anunciado, há umas semanas atrás, que, com o aproximar do final das competições, surgiriam os famigerados “casos”, eivados de dispensáveis “suposições”, “interpretações”, “suspeições”, e por aí fora. Sejam quais forem os agentes é necessário, acima de tudo, credibilizar o futebol português, com vista ao seu reconhecimento, quer a nível nacional quer internacional. Sem essa credibilização, imprescindível para a venda do mesmo, não é possível proporcionar o seu tão desejado e necessário desenvolvimento. Ninguém está disponível para adquirir produtos que são menosprezados e desvalorizados pelos seus próprios intervenientes.
O futebol nacional vive, porventura, um dos seus momentos mais complexos. A crise económica e social, em Portugal e no mundo, é cada vez mais real, atingindo, apesar de muitos esforços, cada vez mais famílias e cidadãos.
Percebemos que não há espaço, no globo, para tantos jogos televisionados. Sentimos que faltam vozes e, quiçá, até novas realidades regeneradoras. A complexidade e a angústia vindas de assinalar expressam-se por sinais, pois tantas vezes se perde o sentido da dignidade desportiva, não respeita o outro, os outros e não se interioriza o reconhecimento, nem se pratica o agradecimento.
Temos de estar no futebol, por todos e por cada um de nós, porque nele constatamos a nossa infinita dependência, descobrimos que dentro de nós moram possibilidades inesgotáveis de sermos mais e melhores e alcançamos que as coisas grandes são, afinal, pequenas e simples.
Temos de investir numa cultura do compromisso, de defesa do diálogo e da concertação, do investimento na paz e da estabilidade desportiva, num percurso que permita reafirmar os valores e os princípios que nortearam para que em Portugal se erradicasse o pensamento único, uma visão centralizadora e de cúpula, infelizmente, ainda desejada por alguns. Continuaremos bebendo nos princípios dos nossos fundadores, reforçando a necessidade de prosseguirmos um caminho de compromisso, de valores e princípios, interiorizado e respeitado por todos.
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