Jornal Record 4 novembro 2022
Há jogos fáceis de ver. Porque são bem jogados, claros, cheios de ritmo, atraentes na arrumação, sedutores nas formas que apresentam, divertidos em muitos pormenores, repositórios de episódios e de encadeamentos de jogadas e de ilações que prendem os espectadores, de princípio ao fim. Mas não há demasiados exemplos que sejam fáceis de repetir. Há muitos jogos jogados que são repetitivos, desinteressantes, maçudos e pesados. Descoroçoante. Esta época, nomeadamente os jogos europeus têm sido fáceis de ver, por mérito dos intérpretes, sem dúvida, mas grandemente por mérito de quem comanda, rico de experiências, especialmente na vida desportiva.
A Liga dos Campeões foi um manancial extremamente bem articulado para a obtenção do sucesso das equipas portuguesas. Duas equipas qualificaram-se como cabeças de série e uma outra não se qualificou, não por falta de talento, mas sim, por falta duma arbitragem (estrangeira) competente. Cada vez mais se joga melhor. Não digo mais bonito, digo melhor. Mas o futebol joga-se com uma bola e a única forma de encontrar espaços é movê-la com velocidade e critério.
Todos sabemos que o descontentamento se virará sempre contra o mensageiro quando a mensagem não é a que gostaríamos de ouvir. O melhor era todos sermos capazes de encontrar soluções para os problemas. Também por isso o público não está farto do Futebol! Está sim, farto de algumas pessoas do Futebol. O passado não existe mais. O amanhã ainda não chegou. Temos apenas o dia de hoje.
Temos de estar atentos. Tal como nos ensina Jorge Alberto Francisco Valdano, “O êxito torna-nos mais imbecis do que somos, razão pela qual tenho cada vez tenho mais apreço por aquilo a que chamam fracasso”.
Não posso, não quero terminar, sem neste espaço público endereçar os sinceros parabéns ao Abel Ferreira pelo significativo título por Ele alcançado no Brasil. Parabéns. Muitos Parabéns.