Jornal Record 5 maio 2023
“Senhor Presidente”, quando estão sempre a concordar connosco sem apresentar fundamentos divergentes, é melhor escolher colaboradores novos, frontais e independentes. A lealdade não é uma prisão de ideias, mas antes um espaço de ampla liberdade para encontrar os melhores rumos.
No futebol e na vida vamos descobrindo a nossa infinita dependência e que, em nós, moram possibilidades inesgotáveis de melhorarmos e que, afinal, as coisas grandes são pequenas e simples.
Serei sempre um principiante no futebol e na vida, por isso, estou disponível para aprender com todos aqueles que queiram ter a paciência de me ensinar. Prometo ser rápido na aprendizagem, constante na humildade e exigente no esforço.
A democracia vive, porventura, um dos seus momentos mais complexos e periclitantes. Associado a uma violenta crise económica, surgiu uma crise social que atingiu uma franja alargada da população, arrastando para a pobreza cada vez mais famílias e cidadãos.
Percebemos que há, no mundo, cada vez menos espaço para tantos “bancos” e para tantas fraudes. Não ignoramos que, contextos económico-sociais como aquele em que vivemos, são “terreno fértil” para movimentos avessos à liberdade. Sentimos, por isso, que faltam “vozes” e, porventura, até novas utopias no sentido regenerador do termo.
Na vida, tal como no futebol, respeitaremos sempre a figura do “Presidente” e a autoridade que subjaz a tal figura.
Talqualmente, o “Presidente” terá, sempre, de respeitar o treinador e a autonomia que lhe é inerente. De igual modo, os atletas deverão respeitar sempre o treinador e este deverá sempre retribuir aos atletas igual reverência. Esta premissa é, tem de ser, válida mesmo naquela circunstância em que o atleta falha (contra a sua vontade e à do seu treinador) uma penalidade! Despedir o atleta, afigura-se-nos sem sentido. Por esse motivo, impõe-se, no desporto e na vida, ponderação.
Não ignoramos as dificuldades que todos temos para lidar com situações menos felizes. Mas, para que reconheçamos as dos outros, teremos que estar preparados e disponíveis para aceitar aqueles que reconhecem as nossas.