Jornal Record 12 maio 2023
Caminhamos a paços largos para o término de mais uma época desportiva, momentos de decisão que irão ditar o sucesso ou insucesso dos vários projetos desportivos, porventura em desencontro do esforço e dedicação que muitos empenharam com vista consecução dos seus objetivos.
As exigências que se colocam hoje aos treinadores numa organização de futebol são, incomparavelmente, diferentes daquelas que se colocaram num passado distante, apesar de a essência do futebol ser aparentemente a mesma. Estas mudanças significativas operadas na organização do futebol, têm implementado um conjunto de adaptações, na forma de agir e dirigir as atuais organizações do futebol, por parte dos treinadores. Isto é, as competências necessárias para dirigir as atuais organizações do futebol, são mais sofisticadas, mais exigentes, mais abrangentes, mais complexas, menos estereotipadas, menos controláveis.
Se, no passado, o rendimento desportivo constituía o único fim a atingir, para satisfação dos associados e dos adeptos do clube, hoje, o equilíbrio entre o resultado desportivo e o resultado financeiro passou a ser a orientação estratégica a privilegiar, de modo a manter a satisfação dos simpatizantes do clube, o interesse dos acionistas e a viabilização da organização desportiva.
Estamos obrigados a refletir em tudo quanto se passa no nosso futebol, nomeadamente no que concerne às SAD´S, e duma forma geral, ao seu regime jurídico. Os problemas criados por estas, especialmente nos clubes de menor dimensão são bem mais negativos do que positivos. Urge, pois, tomar medidas e sensibilizar os clubes, para não se perder esta oportunidade que nos é proporcionada pela Assembleia da República, aquando da sua aprovação na especialidade.
Necessitamos de melhorar a comunicação entre os principais agentes do futebol, e construir uma plataforma para desbloquear a mudança. Temos de esvaziar a possibilidade de suspeita relativamente à nossa atividade.