Jornal Record 15 novembro 2024
Não desanimaremos, mesmo que os nossos esforços sejam vistos com alguma indiferença, pois também o sol, ao nascer dá um espetáculo deslumbrante e mesmo assim a maioria da plateia continua a dormir.
Vem isto a propósito do assunto que ultimamente tem sido amplamente discutido, porquanto, alguma opinião pública questiona a necessidade de os treinadores terem ou não formação adequada ao nível competitivo onde vão exercer a sua atividade.
Os contornos do exercício da Profissão de Treinador de Futebol em Portugal, compreende um conjunto de regras nacionais e internacionais, num processo formativo duplamente certificado, atualmente segmentado em quatros níveis, complexo, porquanto a lei implica as várias modalidades tuteladas pelo IPDJ, e, por seu turno, a convenção da UEFA abrange todos os países pertencentes a essa confederação.
Não nos escusamos de podermos discutir amplamente a lei vigente, quais as suas vicissitudes e pontos a melhorar, pois, estamos certos de que se trata de um processo em continuo desenvolvimento, porém, a aplicação da lei quer-se universal, sem discriminação de classes ou contextos.
Naturalmente que não se poderá extrapolar que a competência profissional advirá somente do plano formativo, porventura, tal como em tantas outras profissões, será algo intrínseco modelado com as vivências e formações realizadas ao longo da vida, porém, impõe-se credibilizar a Profissão de Treinador, para bem do futebol português.
No deve e haver deste tema, importa ter uma perspetiva mais global, impessoal e desapaixonada de correntes clubísticas, compreendendo que acima de tudo se trata de uma Profissão legalmente enquadrada, em que todos os que fazem parte da Classe deverão ter os mesmos critérios de acessibilidade e as mesmas oportunidades de consecução da carreira e objetivos.