Jornal Record 21 fevereiro 2025
Esta semana ficou marcada pelo desaparecimento de duas individualidades que, no seu percurso de vida, deixaram uma marca indelével no desporto e, em particular, no Futebol, em Portugal.
Reporto-me, primeiramente, ao Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, personalidade que, clubites à parte, conseguiu, inquestionavelmente, projetar, internacionalmente, o seu FC Porto e, por consequência, o futebol português para uma nova dimensão, sendo o Presidente mais premiado, em todo o mundo!
Não menos importante, destaco, ainda, o preponderante papel que assumiu na negociação e aprovação do Contrato Coletivo de Trabalho, celebrado entre a Associação Nacional dos Treinadores de Futebol e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, instrumento legal que tem funcionado, até aos dias de hoje, como uma salvaguarda das garantias contratuais dos treinadores de futebol.
Seguidamente, reportando-me, agora, à figura ímpar no pensamento filosófico e na ciência do desporto, em Portugal, o Sr. Professor Manuel Sérgio, apraz-me salientar o brilhantismo com que sempre pautou a sua atuação no panorama desportivo nacional.
Ao longo da sua vida, dedicou-se ao estudo do ser humano em movimento, desafiando paradigmas e trazendo uma nova visão sobre o desporto, a educação e a própria condição humana. Como filósofo, académico e inspirador, deixou um legado inestimável, transformando gerações de estudantes, treinadores e profissionais da área.
O seu conceito da Motricidade Humana transcendeu os limites tradicionais do desporto, enfatizando a importância do pensamento, da emoção e da ética no desempenho humano. A sua obra influenciou os treinadores, atletas e estudiosos, elevando o desporto a uma dimensão mais humana e reflexiva. “Não há jogos; há pessoas que jogam”!
Esta semana o Desporto ficou mais pobre, saibamos, pois, honrar o legado de quem nos deixou.