Jornal Record 20 maio 2022
Chegados ao términus dos diversos campeonatos de futebol, são poucos aqueles que têm a honra de ser recebidos nas respetivas autarquias com a pompa e circunstância que os nossos políticos tão amavelmente e requintadamente procuram emprestar os ídolos que promoveram os respetivos concelhos e em alguns casos algumas freguesias. Pela nossa parte, endereçamos os parabéns a todos os vencedores, não esquecendo aqueles que às vezes por motivos alheios, não conseguiram alcançar os objetivos traçados, como se diz agora, não concluíram o projeto? Quem tem projeto?
Queremos aqui deixar palavras de apreço para todos aqueles que não conseguiram os seus objetivos, mas que nem por isso foram menos profissionais que os restantes. Não desanimem porque a oportunidade surgirá, estejamos preparados para quando ela aparecer, sejamos capazes de responder afirmativamente ao que nos for colocado. Com elevação. A sorte é assim: escolhe os que pretende proteger. Mas justiça se lhes faça, escolhe-os, normalmente, entre os que mais fazem por isso.
Esperemos agora que os dirigentes, cumpram a sua parte. Isto é, paguem os vencimentos aos seus profissionais, não se escondam em habilidades jurídicas, regulem os respetivos campeonatos, de acordo com a legislação em vigor, sem subterfúgios, aprovem o regulamento de competições e disciplinar em consonância com a legislação em vigor, para que possamos ter um início de época orientado para o cumprimento da legislação, bem como pelo respeito do próprio dirigismo, tantas vezes colocado em causa pelos próprios. Nada no mundo existe de tão perfeito ou tão errado que não possa ser modificado.
As lideranças de ontem e de hoje, terão de se adaptar rapidamente a estes novos tempos. Onde poderia existir dualismo tem de haver unidade. Onde poderia existir egoísmo tem de haver inteligência e humildade. Deixemos de ser apenas gestores, a cultura do desporto é muito mais sublime. Por um futebol mais jogado e menos falado.