Jornal Record 12 agosto 2022
Gostaria de possuir talento, para exprimir neste cantinho do castelo, algo que representasse aquilo que penso do Fernando Chalana para que fosse bem escrito, claro, com ritmo, atraente na arrumação, sedutor, histórias que contassem, de forma divertida em muitos pormenores, repositórios de episódios e de encadeamento de factos e de ilações que retratassem o grande jogador, o grande amigo e até o columbófilo, que prendesse aqueles que têm a paciência de lerem estas simples palavras escritas em homenagem ao enorme CHALANA e para que os leitores as aceitassem de princípio ao fim. Mas não há demasiadas biografias que sejam fáceis de ler. Porque as vidas contadas são repetitivas ou menos interessantes, ou a forma de as contar é maçuda, pesada. Descoroçoante. Estas palavras não serão fáceis de ler. Por demérito do autor, confesso.
Tudo o que se poderia afirmar sobre Chalana foi esgotado em adjetivos e testemunhos de vida de companheiros e amigos, de adversários de todos os quadrantes, que não puderam deixar de enaltecer as qualidades do Homem, e também as suas virtudes e defeitos, pois era um homem, que tal como todos os outros, esteve sujeito aos erros humanos, às convergências e divergências de uma vida que também suscitou desconforto e grandes vitórias.
Só alguém como ELE poderia ser a fonte inspiradora de um futebol diferente; alegre, criativo, consensual, a quem Portugal está certamente reconhecido, de forma justa e necessária.
Que Deus lhe proporcione o eterno descanso.