Jornal Record 20 Janeiro 2023
Nada ficou como antes! Referimo-nos à paragem dos nossos campeonatos, nomeadamente, da I Liga, provocadas pela realização, no Catar, do Mundial da FIFA. Era previsível, diziam alguns. Todavia, não existiam certezas relativamente aos efeitos, nefastos, até ao momento verificados, que tal paragem pudesse causar. Era impossível às nossas equipas implementar um tipo de treinos para esta paragem que não resultasse naquilo que veio a acontecer, isto é, numa prestação desportiva abaixo daquilo que vinham praticando antes da referida paragem, nomeadamente daquelas equipas que mais jogadores forneceram às seleções nacionais.
Provavelmente ninguém estava convenientemente preparado para esta paragem. Admitimos que, em termos futuros, os resultados nos provem o contrário, mas para já ficou o registo que a nossa I Liga não beneficiou da mesma.
Agora que estamos na janela de transferências de Inverno, não ignoramos o que os nossos campeonatos, os nossos treinadores e, naturalmente, os nossos jogadores têm valorizado, em consonância com o verificado em todas as circunstâncias e momentos de transferências. Sendo enorme a procura e deficitária a nossa carteira, é quase impossível resistir às investidas externas sobre os nossos treinadores e jogadores nesta fase da época. Esta situação poderia ser tanto mais acentuada, não fosse dar-se a circunstância de algumas das nossas equipas se encontrarem a disputar, meritoriamente, a Liga dos Campeões, o que possibilita a integralidade dos respetivos planteis, o que em outras situações seria impossível suceder.
A formação dos jogadores, em Portugal, atingiu um nível de excelência por via de uma melhor organização dos clubes, da esmerada preparação e formação dos treinadores, assim como dos restantes agentes desportivos. Esta situação leva-nos a sermos procurados por clubes e entidades estrangeiras, com o intuito de emprestarmos a nossa excelência formativa ao desenvolvimento de jovens jogadores estrangeiros. Em contrapartida, os nossos clubes podem tirar proveito desportivo, e muitas vezes económico, desses jovens talentos.
Por fim e mais importante, um enorme abraço para o ex-dirigente da ANTF, Carlos Secretário, que nos deu a alegria de ter sido visto num jogo do seu clube. Que enorme lição de luta e resiliência! Muita Saúde, Amigo!