Jornal Record 30 dezembro 2022
Avizinhando-se o final de mais um ano civil, sem que o mesmo encontre o equivalente desportivo, é imprescindível que, com a necessária calma, cada um reflita sobre aquilo que se passou, nomeadamente no nosso futebol.
Desde logo, continuamos a ter claques demasiadamente “apaixonadas”, cujos comportamentos excessivos têm causado avultados prejuízos aos seus clubes, nomeadamente por via do pagamento de volumosas “multas”. Diríamos que, sem exagero, o somatório daquelas verbas, chegaria e sobraria para o contrato anual de um bom jogador.
Concluímos também que, de acordo com o sucedido na menos de metade da presente época desportiva, as “chicotadas psicológicas” operadas por alguns clubes – dentro destes alguns há reincidentes –, expõem à evidência a falta de planeamento, nomeadamente, desportivo, por parte das administrações dos mesmos, evidenciando alguma fragilidade organizacional.
Assistimos, de igual modo, a desempenhos desportivos assinaláveis de equipas com orçamentos menos dotados, que têm surpreendido os menos atentos a estas questões e que nos fazem acreditar que também existe, em Portugal, estruturas organizativas e profissionais competentes no desempenho das suas funções.
Tivemos a interrupção de alguns campeonatos, mormente, dos profissionais, para participação no Mundial de Futebol, onde a nossa seleção, sem deslumbrar, nos mostrou competências para fazer melhor. Porque tal ainda não aconteceu e se é que ainda há interesse, resta analisar, com a profundidade que o assunto merece, o que correu bem e menos bem, melhorando o que houver para melhorar e corrigindo-se o que houver para corrigir.
Talqualmente, continuamos a ter treinadores no desempenho de funções para as quais não estão devidamente certificados e não nos referimos apenas à I e à II Ligas Profissionais. Tal verifica-se, igualmente, no chamado “futebol não profissional ” e, mais grave, no futebol jovem. Ninguém deverá gostar que o seu filho tenha na escola um professor sem estar devidamente habilitado. BOM ANO.