Jornal Record 29 dezembro 2023
O médico, sabe a dor que eu tenho, mas não sente a dor que eu sinto! Vem isto a propósito do alargamento dos campeonatos europeus e/ou mundiais que se antecipam por esse mundo fora no sentido, com o fito da obtenção de lucros, em prejuízo da saúde dos atletas, bem como daqueles que estão diretamente ligados ao fenómeno do futebol. Além do desempenho físico dos atletas, está igualmente em causa a saúde psicológica de todos quantos estão ligados aos clubes, nomeadamente aos que desempenham funções diretamente relacionadas com as equipas de futebol.
Respeitamos, como não poderia deixar de ser, os especialistas nas diversas vertentes indispensáveis para o devido desempenho dos “artistas”, mas como diria o professor Manuel Sérgio, “quem não pratica não sabe”.
Não é verdadeira a afirmação de que a competência dos Treinadores, ou de qualquer outro profissional de qualquer outra área, resulta exclusivamente da permanência, durante alguns anos, em “carteiras de madeira dura”. A formação é essencial e fundamental no processo de construção e aquisição do saber. Reconhecemos que esse esforço e dedicação ao estudo faz jus a um meritório diploma. Todavia, a competência e a experiência adquiridas pela constante e permanente prática de uma determinada função potencia e facilita, o chamado “olhómetro”, não devendo ser secundarizados, sendo talqualmente merecedores de crédito e respeito.
Os critérios de aferição de um bom gestor, não são nem os títulos académicos, nem um passado relevante como praticante desportivo, mas sim a integração do saber-fazer e do saber-ser, concretizado na capacidade de organizar e dirigir uma equipa para o sucesso desportivo. Mas o saber nunca o será verdadeiramente se a sua origem não for a reflexão e o confronto entre o que é e o que se pensa que deveria ser, entre o que se faz e o que se admite que se deveria fazer. A prática é o critério da verdade. Os novos Dirigentes são apenas gestores, a cultura do desporto não lhes diz nada, portanto as suas tomadas de decisão são vistas como uma mera medida de gestão. Ainda não deram conta, que não deram conta.
FELIZ 2024 PARA TODOS, TODOS, TODOS.