Jornal Record 27 outubro 2023
O Treinador é o personagem mais solitário da estrutura de um clube, quando tem de gerir conflitos e resultados negativos, no entanto, está obrigado à generosidade, quando se trata de administrar os sucessos. São tantos os exemplos, que nos dispensamos de exemplificar. Aliás, todos os conhecem quer do passado quer recentes, que confirmam, infelizmente esta regra.
Não estamos dispensados de desenvolver a atualização periódica dos conhecimentos para todos quantos exerçam a profissão. A evolução dos aspetos científicos e técnicos em desporto é galopante, daí ser exigível para todos os agentes um esforço de atualização contínua como garante de um exercício de qualidade na profissão de Treinador.
Cada vez mais, a melhoria do futebol passa pelo aumento das qualificações profissionais e estas pelo aumento do nível quantitativo e qualificativo da educação e da formação profissional. No futuro, será necessário que os treinadores se envolvam mais, para que compreendam quão importante é a sua participação.
Muito se tem falado e pouco se tem dito relativamente ao programa regressar, que terá de ser analisado tendo em vista duas situações completamente distintas. Por um lado, os profissionais que ganham razoavelmente nas suas profissionais no estrangeiro, que proporcionam o despontar de outros colegas no nosso país, mas que devem ser respeitados pelo sacrifício, muitas vezes distantes dos seus familiares e, quando se dispõem a regressar são nitidamente assaltados pelo nosso sistema fiscal. É justo que se reconheça o sacrifício daqueles que regressam, muitas vezes com saudades dos seus familiares e tenham logo à porta da sua casa as finanças a querer cobrar pelo trabalho desenvolvido no estrangeiro. Não se trata de trabalhadores privilegiados na sua grande maioria, mas de trabalhadores que necessitam de trabalhar, seja onde for para proporcionar condições de dignidade para os seus familiares.