Jornal Record 18 outubro 2024
É tema cada vez mais atual as lesões que os futebolistas têm vindo a contrair fruto da sobrecarga competitiva a que têm sido sujeitos. A FIFPro e a própria European Leagues Association têm alertado para o flagelo do aumento de lesões graves, nomeadamente nos joelhos dos futebolistas de elite, associado ao “pesado” calendário de competições.
Os alertas para esta realidade têm vindo, ainda e cada vez mais, da comunidade científica. A este propósito o Prof. Dr. Hélder Pereira, recentemente eleito presidente direção da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia Desportiva, por ocasião do XVI Congresso Nacional da SPAT, que decorreu em Viana do Castelo, alertou para a necessidade premente de combater o flagelo crescente das lesões do desporto.
Como foi evidenciado por tão distinto clínico, Portugal tem dos melhores clínicos, cirurgiões e terapeutas do mundo dedicados às patologias mais frequentes do desporto. Estamos na vanguarda do tratamento e incluídos na rede internacional de profissionais de saúde dedicados aos vários desportos. Assim, seria da maior pertinência existir uma cada vez mais estreita colaboração dos intervenientes no fenómeno desportivo com a comunidade médica nacional, com vista a uma maior implementação de estratégias de prevenção de lesões e promoção de saúde pelo desporto.
Foi publicada, ontem, uma entrevista concedida por Sua Excelência, o Secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, a este jornal, através da qual o mesmo evidenciou o quão está preparado para o desempenho das funções que lhe foram atribuídas. À falta dum ministério, em Portugal, exclusivamente afeto ao desporto, esperamos que o Governo português dote o Secretário de Estado do Desporto com as necessárias competências e dotações orçamentais que lhe permitam satisfazer as necessidades que o desporto, no seu sentido mais lato, reclama, já que, testemunhamos, competência e disponibilidade para o efeito são atributos que lhe são inerentes. É necessário criar uma cultura de desporto logo nos primeiros anos escolares. Além dos evidentes ganhos que os desportos federados poderiam evidenciar, promover-se-ia, a saúde dos portugueses, com evidentes resultados a médio prazo, nomeadamente, no SNS.