Jornal Record 9 maio 2025
O Treinador, quando tem de gerir conflitos e resultados negativos, é o personagem mais solitário da estrutura de um clube, no entanto, está obrigado à generosidade, quando se trata de administrar os sucessos. São tantos os exemplos, quer do passado quer recentes, que nos dispensamos de os exemplificar, apesar de todos os conhecerem.
É evidente que os problemas do futebol são, hoje, diferentes, mais desafiantes e complexos, reclamando, por vida dessa especificidade e sem nunca nos afastarmos da paixão pelo fenómeno, soluções diferenciadas, baseadas no rigor, competência e trabalho, que nos levem a desenvolver, elevar e transcender a sua forma originária, acrescentando-lhe formas novas e sempre mais perfeitas.
Existe a necessidade de estreitar a relação entre o passado, o presente e o futuro de qualquer Clube/Sociedade Desportiva, pelo que, se torna extremamente difícil fazer vingar “projetos desportivos” – se é que existem –, constantemente alterados ao sabor do improviso, das pressões dos adeptos e patrocinadores, das circunstâncias fortuitas, alterações que, quase sempre – para não dizer sempre –, se manifestam inconsequentes ou malsucedidas, em prejuízo da própria estrutura, dos atletas e dos próprios treinadores. Temos de estar no futebol, por cada um de nós, mas acima de tudo, por todos.
Exigimos que o nosso trabalho seja honrado, porque além de ser o que temos para oferecer ao Futebol, enquanto profissionais responsáveis, é o que nos engrandece. É esta a nossa força: o trabalho, que deve ser devidamente compensado e respeitado.
Não desanimaremos, mesmo que os nossos esforços sejam vistos com alguma indiferença, pois também o Sol, quando nasce, dá um espetáculo deslumbrante e, mesmo assim, a maioria da plateia continua a dormir! Quem não sabe para onde ir, não pode estranhar se for ter a um qualquer lugar.