Jornal Record 11 outubro 2024
Quando se ganha, os créditos são atribuídos ao excelente trabalho da estrutura, da grande competência e da visão estratégica dos presidentes dos enormes projetos e, agora, das perfeitas academias, donde brotam figuras promovidas ao milímetro, algumas delas, perniciosas ao desenvolvimento dos jogadores e siga a festa.
Se na vitória e na conquista não falta quem reclame os louros, repartindo o sucesso com os treinadores, no momento da derrota e do insucesso desportivo os “louros” são exclusivamente atribuídos aos treinadores, não faltando exemplos de crucificação pública… Qual Monte de Calvário!
É neste ambiente de arbitrariedade e de ignorância certos dirigentes de alguns clubes vão afirmando a sua arrogância, não tendo respeito algum pelo seu semelhante! E por “seu semelhante” refiro-me aos treinadores que, nos momentos de infortúnio são ignorados por quem os deveria proteger!
Também existe quem, para salvar a própria pele e esconder a sua incompetência, não hesita em usar os treinadores como “escudo” e sabem que até a família atacam nas horas de menor pecúlio desportivo.
Ah, “o futebol é desporto”! Não tinha reparado nesse pormenor, pois que de desporto nada existe no que vos relato.
Os Treinadores aceitam sucessos partilhados, mas não aceitam ser humilhados e, muito menos, ser o bode expiatório de dirigentes que escondem a sua falta de visão e a fragilidade dos respetivos projetos, numa insolência desafiadora da sã convivência.
É bom que os Clubes/SAD´s percebam que estão a chegar a um ponto sem retorno, diria, ao limite para lá do qual a imprevisibilidade é total no que diz respeito à reação adequada e proporcional dos Treinadores.
Parar para pensar é urgente, repensar o futebol que queremos é fundamental!