Jornal Record 28 junho 2024

Decorre, por esta altura, na Alemanha, o Campeonato Europeu de Futebol 2024. Tem sido uma prova marcada por bons jogos, muitos golos, estádios cheios e fair-play entre os adeptos. A Seleção de todos nós cumpriu a sua obrigação, qualificando-se no primeiro lugar do seu grupo, ainda que o futebol por si praticado não espelhe a qualidade individual dos seus intérpretes. Será caso para dizer que foi mais eficaz do que espetacular!

Se há coisa que já deveria estar consolidada, mais não fosse pela forma (redonda) que a bola apresenta, é que no futebol não há vencedores antecipados, nem derrotados à partida. Prova disso, foi a excelente campanha realizada, na fase de grupos da Seleção da Geórgia, que culminou na vitória sobre a Nossa Seleção, que além de merecida, foi histórica e digna de recorde, por força da larga distância entre a posição que aquela seleção ocupa no ranking mundial da FIFA (74.ª classificada) e a posição que da Nossa Seleção naquele mesmo ranking (6.º lugar). Nunca antes uma seleção com ranking FIFA tão baixo havia vencido uma seleção com ranking FIFA tão elevado, num campeonato europeu!

Portugal precisa de trabalhar mais e melhor se quiser avançar nos oitavos-final da prova. Não obstante, para vencer o tão ambicionado troféu continental, porque nem as classificações FIFA, nem as individualidades ganham jogos, será preciso muito mais do que os serviços mínimos com a Seleção Portuguesa nos brindou na fase de grupos! Tenhamos esperança!

A época desportiva 24/25, inicia-se já no próximo dia 01 de julho. Várias têm sido as notícias vindas a público sobre as dificuldades económicas que assolam diversos clubes e sociedades desportivas nacionais. Temos alertado, repetidas vezes, que os únicos agentes desportivos que não têm formação, são os dirigentes. Seria injusto, e até irreal, criar um nexo causal entre aquelas dificuldades económicas e a ausência formativa que os dirigentes nacionais ostentam. Todavia, dúvidas não nos restam que quanto mais esclarecidos e mais acesso ao conhecimento tiverem esses mesmos dirigentes, mais soluções (sérias e credíveis) serão capazes de encontrar (a bem dos emblemas que representam e da própria competição). Mas não menos importante, menos receio terão em debater (aberta, frontalmente e a bem do futebol), com todos os parceiros, os regulamentos desportivos, que vão atualmente permitindo as ultrapassagens pela direita que temos vindo a assistir nos últimos anos!