Jornal Record 22 setembro 2023

Na presença das últimas alterações relativas aos treinadores, bem como em anteriores, é imprescindível que os clubes demonstrem capacidade para se autorregularem, no que concerne á regulamentação desportiva. Na nossa opinião, não será assim tão difícil que os clubes, no seio da liga que integram e que os representa, consensualizem soluções para o bom andamento das competições, no respeito por todos e por cada um. Não ignoramos as dificuldades com que se cruzarão para superar os múltiplos problemas que por certo lhes surgirão ao caminho, mas cremos que com a inteligência, a abnegação e o bom senso de todos aqueles que estão disponíveis para uma boa organização do futebol permitirão ultrapassar esses obstáculos com que depararão ao longo desta difícil, mas imprescindível missão. Nada no mundo existe de tão perfeito ou tão errado que não possa ser modificado.

Temos de investir numa cultura do compromisso, de defesa do diálogo e da concertação, do investimento na paz e da estabilidade desportiva, num percurso que permita reafirmar os valores e os princípios que nortearam para que, em Portugal, se erradicasse o pensamento único, uma visão centralizadora e de cúpula, infelizmente, ainda desejada por alguns. Continuaremos bebendo nos princípios dos nossos fundadores, reforçando a necessidade de prosseguirmos um caminho de compromisso, de valores e princípios, interiorizado e respeitado por todos.

Não tivemos a oportunidade de assistir à última realização desse conceituado evento desportivo, organizado pela Liga Portugal, o “Thinking Football Summit”, uma vez que, me tinha proposto acompanhar a Seleção Nacional Sénior Masculina de Futebol (agora, felizmente, sentimo-nos compelidos a concretizar a que seleção nos referimos, dado que são inúmeras as seleções de futebol, futsal e futebol de praia). Não obstante, dizíamos, pelo feedback dos representantes da ANTF neste certame, o mesmo decorreu com a imponência e qualidade que a LIGA nos vem habituando. Lamentamos, todavia, no que respeita à LIGA e à FPF, que estas entidades consintam o exercício da atividade por treinadores não devidamente certificados para o desempenho das funções e que continuem a ter cobertura de indivíduos que se (em)prestam a tão repugnante papel.