Jornal JN 14 dezembro 2022

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Jornal JN 14 dezembro 2022

14-12-2022 ANTF Noticias 0 Comments

Muito se tem dito e escrito, nos tempos mais recentes, sobre este mundial.


Além da incontornável novidade que a realização deste mundial, entre os meses de novembro e dezembro, aporta e que obriga à paragem das principais ligas profissionais do mundo (com as consequências desportivas que daí advêm), têm sido imputadas várias suspeitas de corrupção – nomeadamente por compra de votos a várias federações – em torno daquela decisão da FIFA.


Não fora, per si, suficientemente grave o vindo de descrever, há ainda a questão relacionada com exploração laboral (particularmente associada à construção de estádios e infraestruturas essenciais à realização do Campeonato) e a intolerância relativamente aos direitos humanos.


Do ponto de vista humano e social, como é evidente, tudo o vindo de descrever merece a nossa veemente reprovação, embora, pelo que presenciamos, in loco, não se nos afigurou tão repugnante quanto tem sido divulgado publicamente.


Todavia, a questão que se coloca é a de saber como foi possível chegarmos a este ponto, considerando que, a decisão de atribuição da organização do mundial ao Catar, data de dezembro de 2010, e, até onde julgo saber, àquela data, já as situações antes descritas eram uma realidade naquela península do Golfo Pérsico, sendo que tudo se passou, afinal, como se nada de grave se passasse…


Portugal, como é do conhecimento geral, ficou colocado entre as oito melhores equipas do mundo, fruto dum trabalho hercúleo do nosso selecionador, que teve de contornar os diversos adversários nos respetivos jogos, bem como outros “adversários” que deveriam estar do nosso lado, mas que por circunstâncias inimagináveis engrossaram o número daqueles que que nos queriam abater. Foi duro.


Sinto que a nossa seleção. Jogou, pelo seu prestígio, imbuído dum sentimento de conquista, no reconhecimento das suas competências, numa comunhão inquebrantável e no sentido de que a soma das partes é mais importante do que qualquer parte, quando não está ao serviço dum bem mais precioso que é necessariamente a equipa.


É neste contexto que teremos de nos debruçar no futuro, aproveitando aqueles que despontam nas nossas seleções jovens acrescentando-os aos que, para nosso regozijo nos têm proporcionado momentos de grande elevação e prestígio internacional.


Será importante não esquecer como também é decisiva a firmeza dos treinadores e dirigentes sempre que alguns deles se julgam acima da necessidade do cumprimento integral das suas responsabilidades profissionais. Os jogadores distinguem-se pelo que fazem; os Treinadores, pelo que levam os jogadores a fazer.


Por incrível que possa parecer, o nosso selecionador, apresentou no último jogo em que a nossa seleção participou a equipa mais consensual de todas quantas escolheu nesta participação no mundial, e até das últimas apresentadas em competição, mesmo assim, não resultou.


Importa ir ao encontro de soluções, através duma reflexão profunda, escolher as pessoas certas para dialogar e definir, sem vacilar, a estratégia para o futuro da nossa seleção, tendo a consciência que a perfeição, sendo inatingível, não dispensa ninguém do esforço diário do aperfeiçoamento.

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