Saúde Mental e Bem Estar do Treinador

 

Como manter a sua saúde mental e o seu bem-estar como treinador de futebol

Os espetáculos desportivos de elite e não só, em especial, o futebol pela sua expressão mediática à escala mundial, são deveras exigentes, complexos e stressantes para os seus participantes, incluindo o treinador.


Repare-se que, no seu dia a dia, os treinadores têm uma infinidade de responsabilidades e desempenham múltiplas tarefas dentro e fora do campo, em momentos distintos, como por exemplo, desenhar, preparar e operacionalizar as sessões de treino, selecionar as táticas e as estratégias para a competição, solucionar problemas relacionados com o rendimento da equipa e dos jogadores, gerir conflitos internos, comunicar e relacionar-se com o restante staff, relacionar-se com a comunicação social, relacionar-se com os adeptos,  com o elenco diretivo e com os empresários, investidores entre outras.


Todavia, não só em Portugal, mas por todo o mundo, aos treinadores de futebol é-lhes atribuída, quase sempre, a responsabilidade dos resultados, embora como nos refere Buceta (2009), seja um facto que o treinador possui um papel fundamental referente à busca pelo desempenho ideal da equipa, mas não é possível aferir o quanto as decisões e o comportamento de um técnico podem interferir no resultado de um jogo de futebol.  Entretanto e sobretudo quando os resultados são negativos e inesperados, o desfecho é habitualmente o despedimento do treinador, acrescentando a isto necessidade de gerir conflitos (internos e externos), a exposição mediática, muitas vezes, acompanhada por ameaças e críticas constantes e muitas vezes infundadas. Ora esta responsabilidade, este desenrolar de acontecimentos acarretam níveis elevados de stress que se refletem diretamente nos sentimentos, nas emoções e no seu bem-estar pessoal, bem como na sua imagem profissional e social do treinador de futebol.


Enfim, espera-se que o treinador, para além das competências técnico-táticas, domine as exigências e os fatores de constrangimento mais significativos inerentes à competição, autorregule as suas emoções, tome as melhores decisões e ainda sirva de referência e suporte emocional, principalmente em relação aos seus jogadores. Além disso, requer-se que nos momentos difíceis assuma a responsabilidade do resultado, especialmente no que respeita ao insucesso desportivo da equipa. Mais, espera-se que o treinador seja um SUPER ser humano, imune a sentimentos, a emoções e a pensamentos negativos, bem como ao stress da competição e do resultado, exige-se que a sua relação com a comunicação social, com os adeptos e com o elenco diretivo não tenham quaisquer efeitos em si próprio (bem-estar pessoal), nem na forma como regula a sua ação, a sua liderança, e a sua interação com aqueles com quem trabalha (bem-estar profissional), nem tão pouco na relação com a sua família e a comunidade envolvente (bem-estar social).

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