Jornal Record 14 Maio 2021
Num Estado democrático as associações de trabalhadores têm um papel insubstituível. Como todas as organizações, estão sujeitos à critica, mas não pode de um modo geral ser posta em causa a base da sua legitimidade: representar os trabalhadores associados, tendo presente o interesse comum.
Há uma necessidade imperiosa dos Treinadores Portugueses assumirem que, ou se mobilizam, participam e intervêm nos seus problemas ou ficam à espera que o Governo, a FPF ou a Liga resolvam as suas dificuldades. Não podemos entrar numa espiral regressiva e negativista, onde os que têm pouca coisa, defendam que os que têm terão que deixar de ter.
Começa a faltar a esperança, um desacreditar, porque as leis não se cumprem. Porque se assumem compromissos e algumas entidades patronais não cumprem, e as entidades responsáveis, não se comprometem.
Trinta e cinco anos de investimento numa cultura do compromisso, de defesa do diálogo social e da concertação, do investimento na paz e estabilidade, num percurso que permite reafirmar os valores e princípios que nortearam os nossos pais fundadores para que em Portugal se erradicasse o pensamento único dos clubes/SAD´s, visão centralizadora e de cúpula desejada por alguns. A ANTF posiciona-se sempre, sempre do lado do diálogo e da solução.
Continuaremos bebendo nos princípios dos nossos fundadores, nos que se dedicaram e têm dedicado ainda hoje no respeito por esses princípios, tendo a noção que as regalias levam uma eternidade para se alcançar, e desaparecem ao virar da esquina. Iremos continuar unidos e coesos porque a unidade e a coesão reforçam a paixão dos fortes, e não ignoramos que ainda existe, gente mirrada de ideias e princípios, escanzeladas por falta de consciência e vocacionada para a quezília permanente.
Sim, também continuaremos a fazer do treino uma paixão.
Secção de Comentários