Jornal Record 03 junho 2022

Os resultados são implacáveis! Poder-se-á discutir se são ou não justos, mas são o que são. Nesta fase final das competições muito se discutiu quem jogou melhor ou pior, quem merecia, ou não, ganhar, mas os resultados estão homologados pelas instâncias superiores e autorizadas para o efeito. A não ser que saia algum “coelho da cartola”, a verdade despiu-se e está reconhecida. Importa pouco salientar os defeitos de uns ou os atributos de outros. Não tarda, começam as competições para a próxima época desportiva com alguns novos protagonistas e outros que repetem presenças do passado. Viva o futebol.

Parabéns para aqueles que conseguiram os seus objetivos, aos restantes que não desanimem, mesmo que os seus esforços sejam vistos com alguma indiferença, pois também o sol, ao nascer, dá um espetáculo deslumbrante e, mesmo assim, a maioria das pessoas continua a dormir.

Estamos na altura da elaboração dos novos regulamentos de competições para a “estranha” próxima época, “estranha” porque interrompida em dezembro, por via dos dólares do CATAR. Esperamos que, de uma vez por todas, impere o bom senso e se evitem subterfúgios armadilhados, que tão prejudiciais são aos interesses do desporto que amamos, bem como aos dos profissionais do futebol, daqueles que vivem exclusivamente do treino e do jogo, para que os seus ordenados e prémios vencidos sejam devidamente saldados pelos clubes devedores e a verdade desportiva prevaleça.

O direito ao vencimento proveniente do trabalho é um direito inalienável, que todos devem respeitar. Existem clubes que provavelmente têm os salários liquidados com os seus profissionais e desceram de divisão e outros que não pagam a quem devem e continuam a competir nas divisões principais. Começa a faltar a esperança, um desacreditar generalizado, porque as “leis” ou não se cumprem ou estão subtilmente mal elaboradas por aqueles que deviam ser os primeiros cumpri-las.